sábado, 14 de janeiro de 2012

POETASTRO LAÉLIO FERREIRA DE MELO ATRÁS DE VOCÊ SOU UM BURRO!

Na mediocridade dourada de Natal, o asno, que se não é de ouro, pode ser brilhante o suficiente pra dar uma devida resposta  

Jóis Alberto
No blog “Mediocridade plural”, o poetastro potiguar Laélio Ferreira de Melo  voltou, em 14/01/2012, a transcrever trechos de comentários que eu fiz no blog  ”Substantivo Plural”.
Qual a intenção de Laélio Ferreira de Melo -  poetastro de notória inveja violenta  - ao fazer isso?  A resposta está no título que Laélio deu ao ‘post’ lá no blog dele : “O não acoitado coito do Couto” – um trocadilho, de duplo sentido, com a evidente intenção de me sacanear. Ora, para esse tipo de provocação, costumo dar a resposta com o troco na mesma moeda.  Por isso, o título acima, com duplo sentido, para este meu texto aqui neste blog “Combatendo mediocridades de Natal/RN”, que, por essas e outras, é um blog exclusivamente com conteúdo pra adultos. O título e os comentários transcritos por Laélio, no blog dele, foram os seguintes:

O NÃO ACOITADO COITO DO COUTO ....

COMENTÁRIOS SUBSTANTIVOS


 
1.     Jarbas Martins
13 de janeiro de 2012
Poetas como Jóis Alberto provam que Natal tem um belo futuro. E um passado outrora agora.
2.     Jóis Alberto
13 de janeiro de 2012
Obrigado, Jarbas Martins, por mais esse elogio e estímulo. Voltaremos a conversar sobre poesia quando a gente voltar a se encontrar por aí, na universidade e nas livrarias, etc.
Embora eu discorde de algumas coisas suas, e concorde com outras, como por exemplo a sua competência como poeta, é sempre um prazer conversar com você sobre esses assuntos.
3.     W. Couto
13 de janeiro de 2012
O que mais admiro em Jóis é a concisão. E em Jarbas, a sinceridade.
4.     Jóis Alberto
13 de janeiro de 2012
Sou conciso: W. Couto, como não lhe conheço, não sei se você é fake ou verdadeiro, não sei se você é de baixa procedência, se é oriundo de valhacouto de boa ou má fama, então recomendo que você vá tirar onda com outro. Por ora, é só!”


quarta-feira, 11 de janeiro de 2012

Educação, poder e sociabilidade

A literatura de Kafka, na visão de artistas e  intelectuais do 'underground', como David Z. Mairowitz e Robert Crumb, em versão francesa



Jóis Alberto
A educação em massa,  destinada a grandes contingentes da população,  é uma tendência contemporânea mundial, embora ela seja mais disseminada em alguns países, enquanto em outros persistem resistências a esse tipo de educação, como por exemplo a resistência por parte daqueles que temem perda de qualidade no processo educacional. Mas o fato é que, graças à revolução da informática, das telecomunicações e do advento da internet, com novas tecnologias às quais se somam outras, tradicionais, como a imprensa, o telefone, o rádio e a TV – estas renovadas e adaptadas à tecnologia digital, atualmente em processo de ebulição da convergência tecnológica –, vivemos hoje numa época de difusão em massa da informação e do conhecimento. Todavia, esse processo irreversível de democratização em larga escala do conhecimento e do saber,  nem sempre foi assim. Pelo contrário. Durante muito tempo o acesso à escrita, à alfabetização, à cultura, era privilégio de uma elite, de uma aristocracia, que exercia, nessa elitização, uma forma de poder.
Do ponto de vista cultural, a língua, a fala, o trabalho em sociedade, são algumas das principais características do ser humano. O uso da palavra, por exemplo, mais do que diferenciá-lo de outros animais –, que por sua vez fazem uso também de tipos específicos da linguagem –, mostra que a natureza da ‘comunicação’ no ‘reino animal’ não se compara à revolução que a linguagem humana provocou na relação do homem com o mundo. O trabalho humano, por sua vez, é a ação dirigida por finalidades conscientes, a resposta aos desafios da natureza na luta pela sobrevivência.  Enquanto o animal permanece mergulhado na natureza, o homem é capaz de transformá-la, tornando possível a cultura. Desse modo – ao contrário do que pregam alguns radicais do neoliberalismo, de que só existem os indivíduos e as famílias, e que a sociedade é uma abstração –, podemos concluir que o homem é, principalmente, um ser social, um ser que vive em coletividade.
 Nesse sentido, a educação é normalmente conceituada como o processo que possibilita que as novas gerações aprendam, e algumas vezes desafiem o conhecimento, valores e comportamentos das gerações anteriores. Tradicionalmente, a educação é adquirida em colégios, faculdades e locais de trabalho, embora na atualidade, seja crescente  a importância da internet na formação cultural e educativa das pessoas – são vários os exemplos disso, mas vou citar apenas um, o do crescente setor educacional de ensino à distância pela internet. Apesar dessa e de outras mudanças atuais,  a maioria das pessoas ainda aprende com professores pagos para ensiná-las, tradição que deverá continuar ainda por muitos anos, embora sempre apareçam por aí, ‘futurólogos’ que preveem o fim da figura do professor e das escolas, pelo menos como conhecemos hoje.
Quanto ao sistema escolar, podemos lembrar, inicialmente, que grande parte dos países, principalmente a partir do século 19, estabeleceu um sistema escolar formal, no qual as crianças começam a frequentar a escolar, regularmente, por volta dos cinco anos de idade. No caso do Brasil, o País segue o modelo educacional francês, com o currículo sendo ensinado em todo o território nacional. Na atualidade, o currículo do ensino fundamental tem uma base nacional comum, complementada em cada sistema de ensino e em cada estabelecimento escolar por uma parte diversificada. 
A EDUCAÇÃO E A SOCIEDADE
Nas sociedades primitivas era fundamental saber caçar, fabricar armas e utensílios. Com o progresso das sociedades, os professores tornaram-se cada vez mais necessários. Dentre os docentes precursores, na antiguidade, figura Confúcio, na China. Em Roma e na Grécia clássica, a arte da retórica (capacidade de persuasão e comunicação em debates e palestras) era muito valorizada.
Por volta de 1150 e 1200 – com as escolas mantidas em mosteiros e palácios, e surgimento das primeiras universidades, a educação foi se tornando mais acessível para as pessoas do povo, e não apenas para os filhos dos ricos. Como registram os livros de história e literatura, no Ocidente a Igreja cristã contribuiu muito para isso: em vários países europeus, as primeiras escolas para os pobres eram administradas pela igreja local e o Padre trabalhava como professor. Da mesma forma que a Igreja foi palco para as primeiras universidades, com os Clérigos, na Europa. Mas já nessa época existiam intelectuais excluídos, os ‘poetas marginalizados’, etc, etc, como são exemplo os goliardos, clérigos pobres, etc... 
Dos goliardos, clérigos pobres das primeiras universidades na Europa, na Idade Média, espécies de trovadores daqueles tempos ou 'poetas' boêmios, 'marginais', 'beats', etc, da contemporaneidade... 

...à educação em massa, na atualidade, tipo de educação que tem crescido graças à revolução da informática e das telecomunicações, o processo educacional e cultural em escolas e universidades sempre foi marcado pelos embates entre uma elite do poder e o acesso dos pobres e trabalhadores à informação, ao conhecimento e ao saber  

Séculos depois do advento das primeiras universidades, na Europa e outros continentes, à medida que os países se industrializavam, ocorreram pressões políticas para a formação de operários mais bem preparados. No século 19, surgiram as primeiras formas de ensino oficial público para todos. Durante o século 20, a educação formal de crianças nas escolas difundiu-se pelo mundo.
 E agora, em 2012, quais as perspectivas para a difusão do ensino e aprendizagem? No caso do Brasil, das últimas décadas para cá, alguns dos principais fatos ocorreram na área da legislação educacional, na qual se destacam a LDB – Lei de Diretrizes e Bases da Educação; o PNE – Plano Nacional de Educação; o ensino fundamental de nove anos; a educação do campo, educação escolar indígena e educação escolar quilombola; a educação especial; a educação de jovens e adultos; ampliação do acesso ao ensino médio; educação profissional e tecnológica; implantação dos PCNs – Parâmetros Curriculares Nacionais; além de programas governamentais para ampliação e construção de novas universidades; estímulos ao maior acesso de alunos oriundos da escola pública às universidades, tanto nas públicas quanto nas particulares, nestas através de bolsas de estudo; bem como o debate atual acerca do papel da educação na sociedade tecnológica e os novos paradigmas, etc.    
Partindo, portanto, da constatação da função social da educação, e de que o homem só existe, como homem, em sociedade, o renomado estudioso Antônio Joaquim Severino, no texto “Educação e poder: o jogo da sociabilidade”, do livro “Filosofia da Educação” (S.Paulo: FTD, 1994, p. 67-77), mostra como, nas relações de educação e poder, os homens se hierarquizam em decorrência do jogo articulado entre a divisão técnica do trabalho e a simbolização valorativa de seus próprios interesses. A educação reproduz a sociedade, que, por outro lado, pode ser transformada pela educação.        
                

domingo, 8 de janeiro de 2012

Provincianismo, amadorismo, ‘profissionalismo’ e o mal-estar na civilização...

Jóis Alberto

Tratar eternamente certos literatos e artistas locais como ‘figuras folclóricas’ é um dos mais abomináveis provincianismos nos meios literários e culturais de Natal/RN. Tal tratamento dispensado deveria nos causar ainda mais vergonha e constrangimento quando aparenta ser uma homenagem, mas que na realidade é expressão de soberba  elitista, com a qual o cidadão e a cidadã que lutam para elevar o nível dos debates e embates artísticos e culturais na cidade não podem ser coniventes, nem tolerantes.    
Essas palavras – folclore, provincianismo, amadorismo, profissionalismo, com ou sem aspas, de tão usadas, merecem melhor análise dos significados. Provinciana, por exemplo, se tem um significado referente às coisas boas de pequenas e médias cidades, como tranquilidade e baixos índices de violência urbana, pode ter evidentemente uma conotação boa, uma acepção positiva. Pode até significar boa ironia, como em Câmara Cascudo, que teria se proclamado um “provinciano incurável”, certo?  Merece repúdio, contudo, quando o vocábulo ‘provincianismo’ assume a conotação, o significado de coisas deploráveis como arrogância, inveja, mesquinhez, difamação, hipocrisia, anacrônico elitismo literário e cultural, etc... 
O escritor potiguar Luís da Câmara Cascudo se considerava, com ironia, "um provinciano incurável"

No contexto urbano e ‘civilizatório’ contemporâneo ainda prevalece o embate entre uma hegemonia neoliberal, em que predomina o salve-se-quem-puder, carreirismo, arrivismo, etc, em oposição a uma contra-hegemonia, que luta por exemplo pela democratização e a cidadania cultural. Nesse contexto, no ‘cosmopolitismo’, na ‘globalização’ do arrivismo elitista e colonizado, do salve-se-quem-puder imposto pela governança neoliberal, a palavra ‘profissionalismo’ pode assumir uma cínica acepção.
Como se sabe uma das características mais elogiáveis e democráticas da internet é a possibilidade de o usuário poder interagir na vida social com maior rapidez e com recursos de multimídia, e nesse aspecto a criação de sites pessoais e blogs, a participação em redes sociais são iniciativas que, na atualidade, conectam grande parte da população do planeta na rede de computadores.
Um blog, portanto, pode ficar perdido e com pouca audiência/interatividade em meio a milhões de outros da tal ‘blogosfera’. Não divulgá-lo, não promovê-lo suficientemente significa de fato amadorismo? E quando blog, que, mesmo com baixa audiência/interatividade, consegue altos patrocínios financeiros do Município, do Estado, da União, significa isso profissionalismo ou um novo tipo de sinecura – a sinecura digital-cibernética (eis um neologismo a se pesquisar se existe ou se está pra se inventar)?
Em termos de jornalismo digital de arte e cultura considero profissionalismo principalmente combater os diversos tipos de preconceitos, de provincianismos, o compadrio, a corrupção de quem corrompe e de quem se deixa corromper, o anacrônico elitismo com que se pretende cercar a poesia e demais manifestações artísticas e culturais da chamada alta cultura, etc.
Poesia, musas, pinturas, outras artes e tradições da 'alta cultura' só estão acessíveis a uma elite e inacessíveis a poetas marginalizados?     

A amante de Baudelaire

Jóis Alberto

A melhor poesia é viver com arte e amor.
Às vezes, todavia, me ocorre um complexo de inferior:
Poderia – quem sabe? - amar mulheres mais propícias
À minha sensibilidade, caráter e cultura.

Mas muito me apraz e delicia
A companhia daquelas que, sem maiores leituras,
Têm por nobres encantos
O bom humor, a dedicação e a ternura.

Raras são as mulheres bem sucedidas e intelectuais
Que um poeta inadaptado, como eu, pode suportar.
Charles Baudelaire, por exemplo, amou uma mulata
Beberrona e analfabeta
Que mesmo assim o desprezava
Porque, embora ele fosse grande poeta,
Não sabia ser prático, nem ganhar dinheiro,
Nos informa o cáustico Eduardo Frieiro.

Assim como essa amante de Baudelaire
Procedem em Natal laureadas e provincianas
Poetisas e sabichonas, leitores de Caras e Marie Claire
Que avarentas, perdulárias ou arrivistas
Julgam todos – aurea mediocritas –
Pelo critério de muito possuir dinheiro e fama.



FONTE: Poema publicado no livro “Poetas azuis paixões vermelhas amores amarelos” (Poesia e prosa), de Jóis Alberto  (Natal: Sebo Vermelho, 2003).



Mulheres natalenses, tanto as poetisas, escritoras, como de outras profissões, que leem revistas como a de "Joyce Pascowitch" e "Marie Claire" são sempre elegantes, bem educadas e nunca tem preconceitos de classe, nem são provincianas?


sábado, 7 de janeiro de 2012

FRONT

Por Jóis Alberto 

anfiguri
    figuri-
no
     maqui
     manequim


paradigma
fundibulário
fuligem
fagulha
                                               bestiário
                                               leviatã
bilontra
                  bazófia
                                              bravatas

bordões
tiranossauros rex
virgulinos
uma vírgula

desarrazoado babaréu
de um tabaréu
mixórdia data venia
réu
logomaquia

balestilha
bastilha
escombros
erupções
ebulições
revoluções

& evolução das espécies:
provinciano lapuz




**********

FONTE: Poema publicado no livro “Poetas azuis paixões vermelhas amores amarelos” (Poesia e prosa), de Jóis Alberto Revorêdo (Natal: Sebo Vermelho, 2003)

Publicado no “Jornal de Poesia”

( http://www.revista.agulha.nom.br/joisalberto.html#front )

No blog “Poetas azuis paixões vermelhas amores amarelos”

(http://jornalistaepoetajoisalberto.blogspot.com/2009_08_09

E no blog "Substantivo Plural"

http://www.substantivoplural.com.br/front/

sexta-feira, 6 de janeiro de 2012

Natal: do clichê da Cidade do Sol ao lugar-incomum de cidade pós-moderna

Texto: Jóis Alberto

Existe um estilo brega que todos conhecem, mas já o kitsch muitas vezes é menos óbvio de ser identificado pelo grande público, da mesma forma o estilo camp - representado na art nouveau, por exemplo -  ou o ecletismo pós-moderno nem sempre são facilmente identificados pelos públicos mais bem informados e de bom gosto.

O cineasta espanhol Pedro Almodóvar, que no final de 2011 teve lançado no Brasil seu novo filme, é, na atualidade, um mestre na arte de trabalhar com o kitsch de maneira inovadora – farei tão somente essa menção, independente de discussões sobre o conteúdo sexual e acerca da sexualidade, sabidamente inerente à sua filmografia, porque o que me interessa abordar aqui são questões estéticas no contexto da grandes transformações pelas quais passam o Brasil, e nesse cenário, as mudanças que rapidamente transformaram a paisagem de Natal, nos últimos 20 anos.

Igualmente é um fato que bem antes de Almodóvar vários artistas brasileiros foram mestres nesse tipo de abordagem crítica acerca do que é considerado de mau gosto ou bom gosto em arte, em especial a partir do trabalho pioneiro do poeta Oswald de Andrade.


Cena de "A pele que habito", de Almodóvar


Na sétima arte, vale citar as experiências inovadoras de Rogério Sganzerla no cinema brasileiro, nos anos 60. Na literatura, Nelson Rodrigues foi um gênio, que todos conhecem, ao tratar dessas questões em suas tragédias dos subúrbios e outros bairros cariocas, seja em crônicas ou peças teatrais. Na música brasileira, com o Tropicalismo, há várias citações disso, como a tão longa – mais de quatro minutos – quanto instigante gravação que Caetano Veloso fez de “Coração materno”, de Vicente Celestino.

Existem várias outras situações bem conhecidas, como o culto ao cinema B, trash; o olhar divertido, a audição irreverente, da estética e da música brega, da música de forte apelo popular de Odair José, Fernando Mendes, Reginaldo Rossi… Em Natal, como se sabe, vários artistas trabalham, consciente ou inconscientemente, com a estética kitsch e fazem sucesso, recebem aplausos e elogios. E com isso, cometem algum pecado estético? Claro que não! Felizmente há muito eles e elas recebem a consagração e o emocionado carinho do público e compreensão da crítica.


Um coquetel à art noveau e outros estilos

Aqui é o caso de parafrasear: toda a breguice, em Natal, jamais será refutada, muito menos castigada com risos ou deboches, ou esnobada com sarcasmos! Pelo contrário: será estimulada! Que ela se exponha livre, leve, solta, sensual e sem rédeas! Seja na forma de show musical, teatro ou poesia. Não saturam? Acredito que não, porque são espetáculos, peças, ou canções populares, agradáveis, fáceis de compreender e de vender. E permanentemente haverá um público interessado nessas coisas, bem como artista/produtor a querer faturar, com velhas e novas versões de caça níquel!


 

Praia de Ponta Negra, em Natal/RN, no verão de 2012, vai do chique 
ao brega em suas várias versões

Do ponto de vista de uma estética mais elaborada, sempre achei interessante, por exemplo, a lição, o legado da poesia inovadora de um Oswald de Andrade ao transformar o lugar-comum em lugar-incomum. Isso ocorreu também de outras formas e em outros lugares da América – continente sem a mesma tradição artística e cultural da Europa, por exemplo. Nos EUA, nos anos 60, no auge do kitsch da antiga Disneylândia, depois Disney World; ou com a estética de Las Vegas, etc, explodiram os diversos movimentos pop, que se apropriaram, de maneira crítica e criativa, de muitas manifestações artísticas e culturais de massa, como a literatura popular, as histórias em quadrinhos, etc.

Tornaram-se mais conhecidos, a partir de então, no universo das artes e da crítica, novos conceitos como o de média cultura, kitsch e o de camp, – este, todavia, bem menos conhecido no Brasil – para tratar dessas questões, em textos de teóricos americanos, como Dwight Macdonald, no caso do conceito de média cultura; ou Susan Sontag, com texto sobre o camp; de europeus, como Umberto Eco ou Abraham Moles; ou brasileiros como Décio Pignatari, os irmãos Campos, Mário Pedrosa – pioneiro, no Brasil, em outro assunto relacionado: o pós-modernismo –; Hélio Oiticica, dentre outros. Antes deles, já existia a abordagem pioneira de Walter Benjamin sobre a obra de arte na época de sua reprodutibilidade técnica; ou a arte provocadora de um Marcel Duchamp, artista de vanguarda para quem, paradoxalmente, o inimigo da arte é o bom gosto!

São questões sempre polêmicas e atuais. Houve época em que muitos afirmavam, preconceituosamente, que “O Pequeno Príncipe” era livro de miss! Sabe-se, contudo, que dentre os leitores desse clássico de Antoine de Saint-Exupéry figurava o grande filósofo Martin Heidegger, que o tratava com grande estima.
A art nouveau, a pintura pré-rafaelita, ainda são exemplos de bom gosto, ou são camp – aquilo que foi considerado bom em determinada época? Pinguim em cima de geladeira, que donas de casa gostavam e muitos consideravam de mau gosto, ainda é kitsch?

Hoje, como raramente se vê pinguim na geladeira, tal coisa pode ser considerada arte? Sei lá! Porque isso é tão ruim, que parece até bom!

quinta-feira, 5 de janeiro de 2012

Quem é o grande Salieri, um dos símbolos da mediocridade nas artes, na cidade de Natal?

Texto: Jóis Alberto


Salieri é um nome que, para muitos, tornou-se sinônimo de mediocridade, principalmente após essa personalidade da música clássica ser caracterizada como um músico medíocre e invejoso, que comete várias mediocridades no filme “Amadeus”, de Milos Forman (1984), acerca da vida e obra do célebre e genial compositor Wolfgang Amadeus Mozart.
Mas, na realidade, fora das telas do cinema, a personalidade histórica de Antonio Salieri (ilustração ao centro) foi mesmo a de um medíocre?  Para Forman, sim,  que tomou como ponto de partida para o filme a peça teatral de Peter Shaffer, que assina o roteiro desse drama biográfico.  Para outros, não.  Salieri não foi um medíocre. Pelo contrário, era talentoso e  ensinou a alguns dos maiores gênios da música clássica, como Beethoven, Liszt e Schubert.    
No filme citado, a história de Mozart (interpretado por  Tom Hulce) é narrada em flashback por  Salieri (numa interpretação antológica de F. Murray Abraham, na foto acima),  que,  por incontrolável inveja da genialidade da música de Mozart, engendra várias formas de prejudicar o grande compositor de música clássica.
Na arte e cultura de Natal quem é o Salieri da cidade? Ele é medíocre ou tem mesmo talento?  É apenas um?  São dois, três ou dezenas, centenas de exemplos de Salieri em Natal?

Conheça os objetivos do blog "Combatendo mediocridades de Natal"


"É uma tarefa inglória combater mediocridades e provincianismos em Natal/RN", afirma o jornalista natalense Jóis Alberto ao enviar texto, com agradecimento,  ao jornalista potiguar Tácito Costa, editor do blog natalense "Substantivo Plural",  onde foi divulgado, em 5/01/12  o novo blog "Combatendo mediocridades de Natal/RN", criado em 4/01/12 : "Tácito, obrigado pelos elogios e por divulgar o blog. Trata-se, na realidade, como os mais experientes e menos ingênuos sabem, de uma tarefa inglória combater mediocridades e provincianismos em Natal/RN. De qualquer modo, o novo blog estará sempre disponível para eu me defender de insultos ou infâmias na internet ou em outros espaços , da mesma forma que estará aberto à colaboração de quem igualmente deseje se defender de ataques medíocres feitos por terceiros. Sempre com crítica e autocrítica – ao contrário de uns e outros por aí, para os quais o exercício da autocrítica é sempre um castigo pra vaidade e soberba provinciana deles".
OBJETIVOS DO BLOG 

Segundo o jornalista Jóis Alberto, "o blog 'Combatendo mediocridades de Natal/RN'  não pretende atacar ninguém, nem tem a pretensão de ser juiz do talento alheio ou do nível artístico e cultural em Natal/RN. Se eu for exercer a crítica de arte, ou crítica literária, será de outro modo e em outro local, como por exemplo na UFRN, na imprensa ou em blogs de melhor nível, como este “Substantivo Plural”. Esse meu novo blog ficará, portanto, sempre numa atitude defensiva e civilizada de combater o bom combate, com as armas das quais disponho: caneta, papel e computador de repórter; talento – modéstia à parte – e coragem de jornalista profissional diplomado, com maior especialização e experiência exatamente nessa área, do jornalismo cultural, além de ser poeta igualmente com bastante experiência, e, mais recentemente, de 2010, licenciado em Letras – Língua Portuguesa e Literaturas pela UFRN, etc".

E continua ainda o poeta Jóis Alberto: "Numa blogosfera em que existem milhões de blogs com os mais diversos fins, seria ingenuidade de minha parte ter a ilusão – quase quixotesca – de que esse blog possa conquistar uma grande audiência ou interatividade, até porque não é mesmo essa a finalidade. O meu objetivo, a minha prioridade é dedicar meu tempo e talento em atividades culturais incomparavelmente mais produtivas e inteligentes, como a de concluir, neste semestre, o mestrado que estou fazendo em Ciências Sociais na UFRN, além de, simultaneamente, cursar o segundo ano de terceira graduação, desta vez em Letras – Língua Francesa e Literaturas, também na Universidade Federal".
E acrescenta o professor Jóis Alberto: "A minha finalidade nesse novo blog 'Combatendo mediocridades de Natal/RN', desse modo, é inicialmente criar um espaço, na internet, em que eu possa postar alguns textos, que por sua vez serão disseminados, através de links, em espaços nos quais eu possa dispor de maior público, como em minha página do facebook, onde em pouco mais de um ano em que estou lá, já conto com cerca de 800 amigos – muitos dos quais, escritores, artistas e intelectuais de Natal e de outras cidades do Brasil. E mais: o número de amigos no fb é sempre crescente. Além de dispor da amizade de pessoas bacanas como você, que generosamente abre as portas do “Substantivo Plural” para que eu participe, com colaborações e comentários, como tenho feito nas últimas semanas... Mais uma vez obrigado, prezado amigo e colega de profissão!"
*********
Abaixo link do  "Substantivo Plural" onde o texto acima foi inicialmente publicado:

Blog cultural natalense "Substantivo Plural" divulga o blog "Combatendo mediocridades de Natal/RN"

O jornalista potiguar Tácito Costa, editor do blog natalense "Substantivo Plural" divulgou hoje (5/01/12) o blog que criei ontem (4/01) e faz o seguinte comentário: "Por e-mail, o jornalista e poeta Jois Alberto informa que criou o blog “Combatendo Me...diocridades de Natal RN”, “feito exclusivamente para combater mediocridades e provincianismos em Natal/RN”. Agradeço a Jois a compreensão e elegância com que se refere a este editor e ao SP em seu primeiro post no mais novo blog do mundo virtual. Desejamos, sinceramente, todo o sucesso ao talentoso e culto jornalista cultural e as portas aqui continuam abertas pra ele".

Ver no link:

http://www.substantivoplural.com.br/combatendo-mediocridades-de-natal-rn/

quarta-feira, 4 de janeiro de 2012

Laélio Ferreira, campeão da mediocridade em Natal/RN, é poetastro de violenta inveja e soberba provinciana

Texto: Jóis Alberto

O blog cultural natalense “Substantivo Plural”, onde publiquei textos literários e comentários nas últimas semanas de 2011, tem, regra geral, um bom noticiário e boas  colaborações de colunistas e leitores/internautas.  O blog é editado pelo jornalista Tácito Costa, que  conheço desde o final dos anos 70, quando eu e ele éramos adolescentes em Natal/RN.  De modo geral, o colega jornalista Tácito, além do bom gosto e bom nível de informação cultural, é bastante democrático e tem bom senso ao moderar os comentários lá no blog. Ele editou vários comentários meus lá, porém dois comentários que enviei pra lá, ontem à noite (03/01/2011), foram vetados.  Eu estou informando isso, aqui, não como uma crítica ou denúncia à censura, pois desde que comecei  a enviar texto por SP concordei com essa regra do jogo, que é a moderação de Tácito. Desse modo,  informo tal fato para dar notícia à minha devida resposta  ao poetastro Laélio Ferreira de Melo, que, por mais de uma vez,  transcreveu no blog dele, Laélio, comentários que fiz no “SP”, transcrição, que, como pode ser constatar lá no blog de Laélio, não se refere apenas a mim, mas a muitos que publicam textos e comentários no mesmo "Substantivo Plural", o blog editado por Tácito.
Num dos meus textos vetados no “SP” eu critico inicialmente poema de Laélio Ferreira de Melo, publicado em 03/02/12, na seção de poesia daquele “Substantivo Plural”, em resposta de Laélio à “Glosa” de outro poeta potiguar Jarbas Martins.  Vão aqui, neste meu texto, logo abaixo, ambos os poemas e meu comentário. Mas antes, para os leitores de outras cidades, é preciso informar ainda que Laélio Ferreira é filho do poeta Othoniel Menezes, que por sua vez  viveu em Natal na primeira metade do século e  já é  falecido, desde final dos anos 60. Não se sabe se por este motivo, ser filho de Othoniel Menezes, ou por ter notória personalidade violenta, Laélio Ferreira pretende se impor nos meios literários de Natal, não por possuir notório saber, formação acadêmica ou reconhecido talento para isso, mas por sua violenta inveja e soberba provinciana.
Estou exagerando?  Ora,  não vou contar nem metade do que Laélio Ferreira é capaz, quando afirmo que ele é violento, como muitos de Natal/RN sabem e se lembram de noticiário policial natalense  dos anos 80. Mas se você duvida do talento de Laélio Ferreira, veterano venenoso em maledicência - talentosíssimo pra fazer o mal -,  o que você acha de um cidadão que cria um blog, “Mediocridade Plural”, especializado em criticar o que ele considera ‘mediocridade’ publicada no citado blog ‘Substantivo Plural’?
Concordo com você, seria uma iniciativa elogiável não fosse o fato de Laélio Ferreira ser a pessoa menos indicada para tanto, salvo se for pelo próprio fato dele sendo o campeão dos campeões da mediocridade, um  PhD no assunto,  sendo assim a pessoa mais indicada.
Então como Laélio Ferreira é o campeão dos campeões no campeonato da mediocridade potiguar, não vamos ser ingênuos de esperar que ele faça a autocrítica, porque se para mim a autocrítica expurga muitas das minhas mediocridades e chatices, para Laélio Ferreira a autocrítica é doloroso castigo para sua inveja violenta e soberba provinciana!
      

“Glosa” é o título do poema que o poeta potiguar Jarbas Martins publicou no blog “Substantivo Plural” em 2/03/12, a partir do seguinte mote:
Mote: ESCAFEDEU-SE O MALANDRO, NESTA ARTE SOU O TAL.
Jarbas Martins

Desafiei Nei Leandro,
dei uma surra em Laélio,
fiz-lhe engulir um Aurélio,
 escafedeu-se o malandro.
 Rilke se fez de escafandro,
foi pesquisar o pré-sal.
Quero ver quem o babau,
o bunda-mole, o bandeja
 vem encarar a peleja.
Nesta arte sou o tal.
A resposta, a réplica de  Laélio:
O MEANDRO DA ARTE NA GLOSA DE JARBAS MARTINS (*)
Laélio Ferreira
M O T E :
“Escafedeu-se o malandro,
nesta arte sou o tal.
Jarbas Martins, o meandro
desta arte não confunda!
Tire da reta sua bunda
- escafedeu-se o malandro!O seu estro ando triando
na velha forma “imoral”…
Camões, Bocage, afinal,
também fizeram cantigas
- estas são minhas amigas
Nesta arte sou o tal!
********
(*) "Jarbas Martins é poeta aclamado e culto, sonetista admirável, Promotor Público aposentado, Professor universitário – amigo de 40 anos e meu parente pelo lado dos “Ferreira” (afirma Laélio, neste asterisco). "Como bem se vê acima, é um glosador “porraça” (rsrsrsrs). Fracassou nesse ramo e deu água no da crítica à “poesia blogueira”. Nesta última atividade,exercida no site “Substantivo Plural”, ultrapassou todas as medidas, desandando a elogiar o que de mais inexpressivo e mediocre existe na área da pobre aldeia potyguar. Há poucos dias, na imprensa local foi, solenemente, premiado com o altíssimo galardão de “chato”. Bem feito!", afirma Laélio.
E abaixo, o meu comentário que foi vetado no “Substantivo Plural”:
Esse poema de Laélio Ferreira aparenta ser uma mera e inofensiva peleja poética, que tem por mote  mostrar que um malandro se acovardou e que  ele, Laélio, ou o primo dele,  poeta Jarbas Martins, são o tal, o cão-chupando-manga na arte do mote.   
Mas quem vai acreditar que Laélio é um pacato, um inofensivo cidadão? Ora, todos sabem que Laélio Ferreira é poeta de grosso calibre, que sempre está querendo difamar e impor medo em outros, em especial no blog que ele criou especificamente pra isso. No entanto, não mete medo em mim, não por  eu ser do mesmo nível de violência dele, mas porque confio no que  tenho como armas:  apenas a caneta, o talento e coragem de jornalista que procura trabalhar sempre com honestidade e pela coletividade, em respeito a quem merece e pela consciência de viver em sociedade. Por isso, é com destemor  de jornalista e poeta,  que digo que sou crítico implacável à mediocridade de poetastro de inveja violenta e soberba provinciana, como esse tal de Laélio.  
Estou consciente de vários perigos, dentre os quais o de que Laélio possa assassinar  o que resta de nível civilizado na cultura potiguar, com o inegável  talento que ele, o agradável e afável – pra não dizer o contrário, é claro – Laélio Ferreira tem pra fazer o mal, em suas mais variadas formas.
PS - Laélio, estou lendo o seu blog e ‘gostei’ do título que você me deu, e também da ilustração... Por enquanto, só não dou o troco, aqui, ou no meu blog, no nível que você merece, não por medo, é claro, porque eu seguro a barra, seguro a onda de polemizar com você,  porém pra evitar aborrecimentos pra Tácito, pros leitores do SP e até mesmo pra minha família, etc... Por ora, fica só nessa crítica ao seu poema.  
O poeta Jarbas Martins em 03/01/12 continuou o assunto com o seguinte texto:
O Cego Aderaldo finalizando uma peleja         
Por Jarbas Martins

Faço lobo na cova se esconder, Gibóia ao me sentir fica a tremer, Hipopótamo me serve de cavalo, Faço o Eixo da terra dar estalo. Faço a morte ter de medo de morrer.

E meu comentário, que não foi publicado no “SP” por não ter passado pelo crivo do moderador:
Retrucando  peleja
Jóis Alberto
Faço lobo de bobo na alcova;
Cobra coral ao me  ver,
Mal disfarça desfaçatez ofídica;
 Rinoceronte me serve de absurdo,
Qual Zé Limeira, Orlando Tejo
Ou qualquer poeta  sertanejo
 No teatro de provincianas pelejas

Faço  Meridiano de Greenwich
Passar por Natal e mudar as horas
Só não faço a morte temer a província:
Isso é  pra poeta  que é ‘o tal’ em peleja ...
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Natal cresceu um bocado nos últimos 20 anos, contando atualmente com  mais de 800 mil habitantes e sendo considerada uma das capitais mais bonitas e de melhor qualidade de vida do Nordeste, porém a mentalidade provinciana, de cidade pequena típica da primeira metade do século 20,  ainda prevalece  nesta capital. Não à toa, infelizmente o tal assunto dos chatos ainda continua rendendo no blog "Substantivo Plural". Hoje (4/01/12) foi a vez de professor voltar a publicar texto sobre tão agradável assunto, informando que Henfil, quando morou em Natal, nos anos 70,  não gostou dos chatos da cidade.
 Na época em Henfil viveu em Natal, por volta de 76 a 78, salvo engano, eu tinha 16 anos e morava no Rio de Janeiro, mais precisamente em bairro próximo ao centro de Nova Iguaçu. Em 1978, aos 18 anos, voltei a morar em Natal e fui poeta da chamada geração mimeógrafo ou de poesia marginal, etc... Nessa época, eu lia “O Pasquim” e vários jornais da imprensa alternativa. De fato, “O Pasquim” da época, principalmente no que  dependesse de um Jaguar ou Ziraldo, bons herdeiros do talento do Barão de Itararé, seria um ótimo exemplo de jornal capaz de publicar uma lista dos chatos, em que poderiam figurar os nomes do próprio redator da lista, do editor e do diretor do jornal, o que seria considerado mais uma brincadeira, bom humor do jornal.  Não é o caso de lista dos chatos publicada em jornal de Natal, onde se usa desse pretexto provinciano para se atacar pessoas, reputações e desqualificar oponentes, portanto um expediente mais apropriado para jornalismo de ultrapassada imprensa marrom do que para jornalismo de humor, na tradição do Barão de Itararé, que tem “máximas” e “mínimas” como essa: “esse mundo é redondo, mas está ficando muito chato”. Agora, é esperar a chuva de “máximas” do Barão de Itararé, pesquisadas em livros ou no google,  que vão ‘chover no molhado’ no blog "Substantivo Plural", se se confirmar a previsão do clima...